Meu
nome é Alice Braga e quero te contar sobre um projeto que acabo de lançar em
parceria com o Greenpeace - uma série de vídeos que explora a
conexão entre alimento, crise climática e a destruição de ambientes naturais, não
apenas no Brasil mas em todo o mundo.
Um sistema que parece organizado,
mas que está totalmente fora de qualquer controle: o atual sistema de produção
de alimentos, que vem transformando todos os ingredientes básicos da nossa
dieta em “commodities”. E commodities significa
lucro para as grandes empresas.
Já estamos vendo em todos os países os
impactos da emergência climática. A pandemia da Covid-19 só fez expor ainda
mais as rachaduras nesse sistema
caótico que permite que empresas continuem destruindo nosso planeta sem
consequências.
É assustador
pensar que existem 23 bilhões de galinhas e meio bilhão de vacas no mundo. São
três galinhas para cada pessoa na Terra! Hoje, utiliza-se muito mais terra para cultivar comida para animais do
que para pessoas. E para produzir tanta ração é necessário desmatar
as florestas e o Cerrado.
Antigamente, toda comida era produzida sem
veneno, cultivada localmente. E, naquela época, chamávamos essa comida de…
comida! Hoje, alimentos cultivados de forma responsável foram rotulados como
artigo de luxo, enquanto o padrão é comida produzida com agrotóxico, cultivada
à base de desmatamento e violações dos direitos de povos indígenas.
Se
esse era o normal, precisamos definitivamente inventar um novo normal. Um normal que o planeta consiga sustentar.
Estamos
correndo contra o tempo. Ondas de calor, enchentes, furacões, secas
e queimadas estão acontecendo em todo o planeta. Um milhão de espécies estão em
risco de extinção. Mesmo assim, a produção industrial
de commodities, como óleo de palma, soja, carne e laticínios, segue
destruindo nossas florestas e ameaçando povos indígenas e comunidades locais,
levando nosso planeta à beira do colapso. Se quisermos ter uma chance de
futuro, isso tem que mudar.
A Amazônia não é o "pulmão do mundo", como costuma ser chamada.
A
Amazônia é o coração pulsante do nosso planeta, que regula o sistema climático
global e espalha chuva para outras regiões do país em nuvens que funcionam como
veias bombeando sangue para o restante do nosso corpo. Tem uma incrível variedade de VIDA – de plantas, animais e é casa
de milhares de povos (indígenas e populações
tradicionais), com suas cores, seus saberes, seus cantos e mistérios. Um
lugar regido pela imensidão e força da natureza; um lugar único, diverso e
plural.
Mas neste momento, o coração do nosso
planeta está ameaçado. O plano do governo Jair Bolsonaro – de abrir a Amazônia
para exploração, entregando o patrimônio ambiental de todos os brasileiros para
empresas de mineração, de energia e para o agronegócio – é um ataque final à maior floresta tropical do planeta.
Para se ter uma ideia, só no ano passado,
a cada minuto, uma área maior do que dois campos de futebol foi desmatada
ilegalmente. Mais de mil árvores
derrubadas a cada minuto! Isso mesmo: mil árvores por
minuto!
Se essa agenda de destruição for em
frente, todo o delicado tecido de vida guardada pela floresta pode se desfazer
para sempre. A Amazônia não guarda apenas um tesouro; ela guarda nosso futuro
comum. Sem ela, o planeta não é capaz de sustentar a vida.
Esta
não é apenas uma ameaça para a Amazônia e para o povo brasileiro. Este é um
golpe fatal na esperança de um futuro possível para toda a humanidade - uma
batalha que não podemos perder.
Sempre
nos disseram que é “assim que as coisas são” e
que esse sistema funciona. Que é assim que a comida chega no nosso prato e que
isso é “normal”. Mas esse sistema doente não é
inevitável. Ele foi planejado. O que significa que podemos projetar um sistema
melhor, Sempre nos disseram que é assim que a comida chega no nosso prato e que
isso é “normal”. Que é “assim
que as coisas são”. Que esse sistema funciona. Mas esse sistema de produção
fora de controle, que alimenta o desmatamento e a crise climática, não é
inevitável: ele foi planejado.
O
que significa que podemos projetar um sistema mais justo, em que todos nós
temos acesso a alimentos saudáveis e sem veneno. Um sistema em que as florestas
não sejam destruídas e comunidades expulsas para dar lugar à grandes
monoculturas e pastos.
Se
tem algo que a pandemia da Covid-19 nos mostrou é que o sistema que existe hoje
– político, econômico e social – não foi projetado para beneficiar os
bilhões de pessoas do planeta, mas sim alguns poucos. Chegou a hora de virar
esse jogo. Ou todos ganham, ou todos perderemos.
Caso Ituna-Itatá
Ganância e destruição: Ituna-Itatá, uma
terra indígena (TI) na Amazônia, é a ponta do
iceberg de um cenário que se alastra por muitos territórios na região. A TI mais desmatada em 2019, Ituna tem 94% de sua extensão registrada em nome de
proprietários particulares e diversas de suas áreas estão sendo usadas para
criação de gado e roubo de madeira. Não deixe isso acontecer!
Caso Parque Ricardo Franco
O Parque Estadual da Serra Ricardo Franco,
que deveria estar totalmente protegido, está ocupado por fazendeiros e o gado
criado ali pode estar chegando no prato de muita gente. Além da destruição da
floresta, a invasão coloca espécies da fauna e flora do Brasil em risco de
extinção.
Áreas
protegidas da Amazônia estão sendo invadidas, o que coloca espécies da fauna e
flora do Brasil em risco de extinção.
Um dos principais mecanismos de proteção
de florestas e da biodiversidade é a criação de áreas protegidas, como Unidades
de conservação (UC) e Terras Indígenas (TI). Entretanto, alimentado por decisões políticas do
Brasil, que paralisou novas demarcações e desmonta sistematicamente seus
sistemas de proteção, o desmatamento voltou a crescer, em uma corrida alucinada
pela ocupação ilegal do território.
Em 2019, o desmatamento da Amazônia
aumentou 30%, segundo dados do Prodes, com crescimento expressivo em UCs (55%) e TIs (62%). E
a tendência é que 2020 siga o mesmo caminho. De janeiro a abril, os alertas de
desmatamento na Amazônia acumulam alta de 62%,
de acordo com o Deter, e dentro de UCs este aumento já chega a 167%, na comparação com o mesmo período do ano
passado.
Em
uma série de denúncias, o Greenpeace Brasil vai mostrar como grileiros,
madeireiros e pecuaristas vêm aproveitando o clima político favorável ao crime, para avançar sobre imensas áreas de floresta, colocando em risco
espécies únicas da biodiversidade brasileira.
Quem derruba a floresta? Que espécies
estão em risco? Como o fruto do crime chega a mercados nacionais e
internacionais? É isso que vamos revelar nesta investigação sobre o Parque Estadual da Serra Ricardo Franco, no Mato
Grosso, onde uma floresta que deveria estar protegida vem sendo trocada por
pasto e a fauna substituída por bois. Greenpeace Brasil.
Ernani Serra
https://www.youtube.com/watch?time_continue=18&v=VmuhQ3Wiqlk&feature=emb_logo
https://www.youtube.com/watch?v=gzDw0uVJa3M&feature=emb_logo
Pensamento: Deus
não quer mais o homem em sua casa (Terra) pelas suas más ações e, está levando
o homem a sua autodestruição. O homem se regenera e se salva ou se perde na
morte.
Ernani Serra
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