BOLSONARO MINIMIZA O CRIME
Bolsonaro: “Não é a primeira vez que morre alguém com gás
lacrimogêneo”.
Redação O
Antagonista
04.06.22 09:49
Presidente diz acreditar que os agentes da
PRF não tiveram intenção de matar Genivaldo dos Santos
Bolsonaro: “Não
é a primeira vez que morre alguém com gás lacrimogêneo”
Jair Bolsonaro minimizou a
responsabilidade dos agentes da Polícia Rodoviária Federal na morte de
Genivaldo dos Santos, ocorrida na semana passada no interior de Sergipe.
Segundo o presidente, “não é a primeira vez que morre alguém com gás
lacrimogêneo no Brasil”.
“Se pesquisar um pouquinho, até nas Forças
Armadas já morreu gente. […] Eles queriam matar? Eu acho que não. Lamento.
Erraram? Erraram. A Justiça vai decidir. Acontece, lamentavelmente”, afirmou
nesta sexta-feira (3) em entrevista em Foz do Iguaçu.
Genivaldo morreu após ação truculenta de
agentes da PRF. Ele foi algemado por dois agentes e colocado no porta-malas de
uma viatura, onde havia uma espécie de câmara de gás. O laudo do IML aponta que
Genivaldo sofreu asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda.
Caso Genivaldo
Santos: policiais envolvidos em abordagem que resultou em morte por
asfixia são identificados.
29/05/2022
21h07 Atualizado há 5 dias
Fantástico
confirma identidade de policiais rodoviários federais investigados por morte em
Sergipe
Kleber Nascimento
Freitas, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e William de Barros Noia foram
identificados como sendo os agentes rodoviários federais envolvidos na ação que
provocou a morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, na BR-101, no
município de Umbaúba (SE). A informação foi exibida pela reportagem do
Fantástico deste domingo (29), que afirmou que eles estão sendo investigados em
um processo interno disciplinar. Os citados não foram localizados para falar
sobre o assunto.
Um boletim divulgado pela
Polícia Rodoviária Federal, na última sexta-feira (26), informou que os agentes
fizeram o uso de spray de pimenta e gás lacrimogêneo, após o abordado apresentar
resistência. O texto citou ainda que o desfecho da situação teria sido uma
fatalidade, desvinculada da ação policial.
Três dias depois da divulgação de parte do
boletim, a PRF disse que não compactuava com as medidas adotadas pelos policiais
durante a abordagem e citou "indignação" diante do ocorrido.
Nesse sábado (28), o delegado da Polícia
Federal responsável pela investigação confirmou que durante a perícia da
viatura utilizada pelos policiais foram encontradas substâncias semelhantes a
de uma granada de gás lacrimogêneo.
Cronologia:
homem morre asfixiado por gás lacrimogêneo em viatura.
O que se sabe e o que falta esclarecer:
ONU pede investigação completa sobre a
morte.
PRF diz que
usou técnicas de 'menor potencial ofensivo' em abordagem.
Veja a cronologia dos fatos:
Por volta das 11h do dia 25 de maio,
Genivaldo foi abordado por três policiais rodoviários no km 180 da BR-101, em
Umbaúba; segundo depoimento registrado no boletim de ocorrência (BO), os
agentes o pararam por não usar capacete enquanto dirigia uma motocicleta;
Imagens feitas por populares mostram
quando os agentes pedem que ele coloque as mãos na cabeça e abra as pernas para
a revista;
O sobrinho da vítima, Wallison de Jesus,
diz que avisou aos policiais que o tio tinha transtornos mentais. Ainda de
acordo com ele, os agentes encontraram uma cartela de um medicamento controlado
no bolso do tio, que fazia tratamento para esquizofrenia há cerca de 20 anos. Também segundo a família, Genivaldo era
aposentado em virtude dessa condição.
Wallison relata que o tio ficou nervoso e
perguntou o que tinha feito para ser abordado. No BO os policiais dizem que ele
ficava passando a mão pela cintura e pelos bolsos e não obedecia às suas ordens
e que, por isso, precisaram contê-lo. Segundo os agentes, os primeiros recursos
foram spray de pimenta e gás lacrimogêneo.
Um vídeo mostra quando um dos agentes
tenta imobilizar Genivaldo com as pernas no pescoço. No chão, ele é algemado e
tem os pés amarrados.
Em seguida, Genivaldo é colocado no
porta-malas do carro da PRF, que está com os vidros fechados. Os policiais
jogam gás e fecham o compartimento. Genivaldo se debate, com os pés para fora
do porta-malas, enquanto os policiais pressionam a porta.
No boletim de ocorrência, os policiais
dizem que o homem teve um "mal súbito"
no trajeto para a delegacia e foi levado para o Hospital José Nailson Moura, no
município, onde morreu por volta das 13h.
O corpo foi recolhido pelo Instituto
Médico Legal de Sergipe e chegou a Aracaju às 16h58. Um laudo do órgão aponta
que Genivaldo morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda.
Por volta das 18h, a Polícia Rodoviária
Federal se pronunciou, informando ter aberto um procedimento para apurar o
caso, que também é investigado pelas polícias Civil e Federal. O Ministério
Público Federal em Sergipe também acompanha as investigações.
O corpo de Genivaldo foi sepultado em
Umbaúba por volta das 11h do dia seguinte, 26 de maio. Ele deixou esposa e um
filho e oito anos.
No fim da tarde, a PRF informou sobre o
afastamento dos agentes envolvidos.
O que diz especialista sobre a ação
Homem é imobilizado durante abordagem
policial em Umbaúba. Uma portaria de 2010, que regulamenta uso de força
policial, e uma lei de 2014, que disciplina o uso de instrumentos de menor
potencial ofensivo pelos agentes de segurança pública, não foram respeitadas
por agentes da Polícia Rodoviária Federal de Sergipe durante abordagem que
terminou na morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos. A afirmação foi
feita pela diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira
Bueno.
“A utilização de
gás de pimenta como instrumento de menor potencial ofensivo é comum entre as
polícias, geralmente para dissipar multidões, mas jamais deve ser feito em
ambientes fechados ou por períodos prolongados numa pessoa. Sua má utilização
pode ocasionar a morte”, disse Samira Bueno ao g1 nesta quinta-feira
(26).
De acordo com a portaria interministerial
nº 4.226, de 2010, o uso da força pelos agentes de segurança pública deverá se
pautar nos documentos internacionais de proteção aos direitos humanos e deverá
obedecer aos princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade,
moderação e conveniência.
O documento determina ainda os
procedimentos de habilitação para o uso de cada tipo de arma de fogo ou
instrumento de menor potencial ofensivo, o que inclui avaliação técnica,
psicológica, física e treinamento específico, com revisão periódica. Nenhum
profissional de segurança deverá portar instrumento de menor potencial ofensivo
para o qual não esteja devidamente habilitado.
Além disso, o texto afirma que os
critérios de recrutamento e seleção para os agentes de segurança pública
deverão levar em consideração o perfil psicológico necessário para lidar com
situações de estresse e uso da força e arma de fogo.
Segundo a nota técnica divulgada pelo
Fórum Brasileiro de Segurança Pública, "a morte de
Genivaldo Jesus Santos chocou a sociedade brasileira pelo nível de sua
brutalidade, expondo o despreparo da instituição em garantir que seus agentes
obedeçam a procedimentos básicos de abordagem que orientam os trabalhos das
forças de segurança no Brasil".
Já a lei 13.060, que disciplina o uso de
instrumentos de menor potencial ofensivo pelos agentes de segurança pública em
todo o país, determina, no artigo 3º, que “cursos de
formação e capacitação dos agentes de segurança pública deverão incluir
conteúdo programático que os habilite ao uso dos instrumentos não letais”.
Para o especialista e membro
do Fórum de Segurança Pública, Rafael Alcapadine, houve excessos durante ação
policial . "Colocar uma pessoa em um ambiente
fechado e jogar gás dentro desse ambiente. Isso a gente se reputa como uma
prática de tortura que jamais pode ser aceitável e nenhuma força policial do
mundo", disse.
Comentário:
Bolsonaro minimizou e protegeu os
militares da PRF de um crime bárbaro num país que se diz democrático e não tem
pena de morte, mas os bandidos matam e esfolam nos morros e a PRF elaborou uma
câmara de gás móvel sui generis “viatura policial”
e implantou no Brasil a pena de morte em câmara de gás.
A abordagem dos policiais da PRF foi
truculenta, imoral, antiética, desumana, sem princípio nem educação, criminosa.
Policiais militares e civis deveriam aprender boas maneiras com a população que
pagam seus soldos e tem a função de proteger a sociedade e não de hostiliza-la.
Esses militares quando abordam uma autoridade ou filhos de pessoas importantes
falam fino, e ficam como capachos deles, só são truculentos com os três “p”
putas, pretos e pobres.
Todo mundo sabe que o uso de gás lacrimogêneo
e ainda misturado com spray de pimenta, não tem pulmão que aguente esses gases
que queimam toda mucosa das vias respiratórias, o pobre homem teve uma morte
horrível.
Bolsonaro quis tapar o crime com uma peneira. Que felizmente
houve alguém que filmasse a barbárie e mostrasse quem eram os algozes. Vejam os
links e o vídeo abaixo:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-61600423
https://www.youtube.com/watch?v=MpwWOIMyiOg
Ernani Serra
Pensamento: Nação
alguma cresce pela truculência. Vivemos num Estado Democrático de Direito, e divergir,
é um dos fundamentos da democracia.
Dylugon
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