O Piroceno é uma nova era que se
caracteriza pela dominação do fogo sobre a humanidade. Os incêndios atuais são
mais agressivos e estão alterando profundamente o planeta, levando a uma
situação onde o fogo substitui o homem como escultor de paisagens.
Os cientistas chamam essa difusão de fogo
por todo o planeta de "era do fogo",
indicando que, ao invés de dominar o fogo, estamos sendo dominados por ele.
Piroceno —
ameaça à espécie humana
26/09/2024
O aquecimento global crescente,
favorecendo a difusão incontrolada do fogo e as megaqueimadas pode tornar o
planeta inabitável
Especialmente a partir de 2023/2024 a
Terra foi tomada de grandes ondas de calor. Provocaram megaincêndios em muitas
partes do mundo. Em 2024 as mais devastadoras ocorreram no Brasil, na parte da
Amazônia, no Pantanal, no Cerrado em vários municípios do Sudeste. A fumaça
tornou o ar em São Paulo e em Brasília quase irrespirável. A fumaça se espalhou
por quase todo o sul do país.
Os cientistas tem chamado esta difusão de
fogo por quase todo o planeta, de a era do fogo, o Piroceno (piros em grego é fogo). Desde tempos imemoriais os
seres humanos assumiram o controle direto desta força da natureza. Aprenderam a
dominar o fogo. Agora é o fogo que nos domina. Muitas são as causas, como o El
Niño, o acúmulo de CO2, metano e dióxido nitroso na atmosfera,as grandes
estiagens, as gramíneas altamente inflamáveis, material orgânico no e sub o
solo. Só em 2023 foram emitidos na atmosfera 37,5 bilhões de toneladas de CO2
que permanece por lá, cerca de cem anos.
Desde a era pré-industrial (1850-1900) são lançadas na atmosfera bilhões de
toneladas de gases de efeito estufa, atingindo ao todo mais de dois trilhões de
toneladas acumuladas.
O fogo possui longa história. Pensando na
biografia da Terra de há 4,5 bilhões de anos, sabe-se que por 800 milhões de
anos a Terra permaneceu como uma incomensurável bolha de fogo, derretida como
uma sopa grossa borbulhando de calor. Era um imenso mar de lava em fusão e
extremamente quente. Vapores e gases formavam nuvens imensas. Estas por milhões
de anos provocavam chuvas torrenciais sem parar, o que ajudou a Terra se
resfriar juntamente com os imensos meteoros de gelo que por séculos torpedearam
o planeta. Eles aumentaram consideravelmente o volume de água a ponto de a
Terra ser constituída por 70% deste elemento.
A lava endureceu e fez surgir o primeiro
solo com todo tipo de montanhas. O fogo original foi aninhar-se no coração da
Terra em forma fluida que se mostra pelas erupções vulcânicas e pelos tremores de
terra. Mas continuou como uma energia fundamental na superfície.
O atual aquecimento global que ultrapassou
o projetado 1,5 graus Celsius para 2030, se antecipou, chegando em alguns
lugares a 2 e até 3 graus Celsius.”Estou apavorado”disse
nosso melhor cientista em clima Carlos Nobre. A causa deste aquecimento
constitui a forma como nos últimos séculos o processo
produtivista-industrialista tratou a Terra. Era considerada sem nenhum
propósito, mero baú de recursos à disposição dos seres humanos. Podemos dizer
que se moveu uma verdadeira guerra contra a Terra arrancando dela tudo o que se
podia.
Ocorre que a partir dos anos 1970 com as
pesquisas das ciências da Terra e da vida, Lovelock e Margulis aventaram a
hipótese de ser a Terra um super ente vivo que articula sistemicamente todos os
elementos essenciais à vida de tal forma que sempre se mantém viva e produz
inumeráveis formas de vida: a biodiversidade. Denominaram-na Gaia, um dos nomes
gregos para a Terra vida hoje vastamente acolhida pela comunidade científica.
Pesquisas sobre o estado da Terra a partir
de 1968 (Clube de Roma) considerando o impacto
da atividade humana sobre o meio ambiente e do tipo de desenvolvimento que se
havia imposto por quase todo o planeta, concluíram que a Terra estava doente.
Impunham-se limites ao crescimento tido como ilimitado sem haver a consciência
dos limites do planeta, incapaz de suportar um crescimento ilimitado. Mostra-o
a Sobrecarga da Terra (Earth Overshoot), revelada anualmente pela ONU.
Entretanto, o sistema produtivista seja na
ordem capitalista seja na antiga socialista estava e ainda está de tal maneira
azeitado que não se permite parar. As consequências se fizeram sentir cedo, mas
especialmente a partir dos anos de 1970 até os dias atuais: emissão
incontrolada de gases de efeito estufa, degradação dos ecossistemas, erosão da
biodiversidade, desertificação crescente, desmatamento de grandes florestas,
contaminação dos solos e da água com agentes tóxicos.
Essa guerra movida pelo processo produtivo
(produzir, consumir, descartar) contra Gaia
representa uma batalha perdida. O sistema-vida, dada a degradação geral, o
aumento de CO2 e metano na atmosfera, o aquecimento tido por irreversível com
seus eventos extremos, a perversa desigualdade social despertaram a consciência
em muitos: ou mudamos nosso estilo de vida e nossa relação para com a natureza
ou podemos não sermos mais queridos pela Mãe Terra.
Geralmente, quando num ecossistema, uma
espécie se desenvolve de forma desregulada a ponto de ameaçar as demais, a
própria Terra se organiza de tal forma que o limita ou o elimina. Destarte as
demais espécies podem subsistir e continuar a co-evoluir no processo global da
geogênese. Talvez seja esta a atual situação da espécie humana, na era do
antropoceno, apesar de a grande maioria ser ainda inconsciente e negacionista.
A expressão criada por cientistas, o
antropoceno, designaria o ser humano qual meteoro rasante é o que mais ameaça a
biosfera. Ao invés de assumir-se como seu cuidador, fez-se seu anjo
exterminador. O piroceno seria a forma mais perigosa e destrutiva do
antropoceno. O aquecimento global crescente, favorecendo a difusão incontrolada
do fogo e as megaqueimadas pode tornar o planeta inabitável.
A escassez aguda de água potável, a
frustração da produção de alimentos, o clima super-aquecido levaria lentamente
a espécie humana à sua extinção. Como tudo o que começa na evolução, se
desenvolve, chega ao seu clímax e desaparece. Assim é com as galáxias, as
estrelas e os seres vivos. Por que seria diferente com a espécie humana?
Irrompemos na Terra quando 99,98% estavam
já constituídos. A Terra não precisou de nossa presença para gestar sua imensa
biodiversidade. Sem nós, a vida dos quatrilhões de quatrilhões micro-organismos
que trabalham no subsolo da Terra, levaria avante o projeto da vida. A Terra
continuaria a girar ao redor do sol, sob sua luz benfazeja, mas sem nós.
Aqueles que ousam dar o salto da fé,
diriam que apenas a etapa terrestre do ser humano foi irresponsavelmente
concluída. Uma nova iniciaria num outro nível. Depois do tempo vem a
eternidade. Nela continuaria a viver numa forma que para nós continua inefável.
Mas a vida se perpetuaria.
Comentário:
O homem está destruindo a vida na Terra
através da explosão demográfica mundial. Toda crise mundial seja ela climática
ou ecológica está sendo provocada pelo homem que vem destruindo tudo e todos.
A vida humana e da flora e fauna estão condenados
a morte no futuro. A natureza está dando os sinais do fim do mundo animal e
vegetal. Os rios vão secar, a terra vai ficar estéril, o clima vai ficar
insuportável, os polos e as montanhas estão em fase de derretimento e os mares
vão aumentar os níveis por conta desse derretimento mundial. Só não vê, são os
céticos e cegos.
A humanidade se proliferou de tal maneira
que nem dez mil bombas nucleares vão acabar com a vida humana ou diminuir a
população mundial. Só Deus pode mandar labaredas de fogo nuclear do Sol e
destruir todas as vidas nesse planeta Terra ou através do aquecimento global. O
homem se tornou um elemento nocivo ao meio ambiente e ao próprio homem, é um
monstro destruidor de vidas e de si mesmo. O homem é um mal que não deveria ter
nascido, uma erva daninha.
Ernani Serra
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Pensamento: Deus
deu ao homem o livre arbítrio, mas não deu o direito a arbitrariedade e para
isso deixou as leis invisíveis que punem todos os atos criminosos dessa
humanidade-desumana.
Ernani Serra